Realizou-se no fim-de-semana passado a VI Mostra de Doces e Licores Conventuais em Alcobaça. Mais uma vez o sucesso foi imenso e milhares de pessoas deslocaram-se para ver um dos maiores eventos que se realizam na cidade.
Quem passeou por Alcobaça durante o fim-de-semana, facilmente constatou que existiam bastantes visitantes um pouco por toda a cidade dando bastante alegria a todo o centro histórico e também ao algum comércio que inteligentemente se manteve de portas abertas. É uma prova de que Alcobaça consegue atrair facilmente visitantes e obter sucesso com este tipo de iniciativas.
Em termos económicos, o saldo é bastante positivo pois foi favorável aos lojistas, restaurantes, cafés e principalmente porque um evento deste género consegue voltar a pôr Alcobaça no mapa e contribuir para o reforço da promoção da cidade e do concelho em termos turísticos. É o que eu chamo de proveito imediato e de proveito retardado, os ganhos que o concelho tem nos dias do evento e também os ganhos futuros que poderá obter, com o aumento do turismo que ouviu falar da região.
Em termos organizativos, facilmente se constatou que estávamos perante um certame de nível regional, tanto pela publicitação que foi feita, como pela própria dimensão do espaço. É certo que Alcobaça ganhou muito, mas não poderíamos nós fazer um aproveitamento deste sucesso e ultrapassar os limites da região?
Regional ou Nacional?
É o outro ponto forte da discussão em volta da Feira dos Doces. E que tal nacionalizar o evento? Que tal organizar algo com uma maior dimensão que consiga projectar Alcobaça não só dentro dos limites da região, como também um pouco por todo o país. Os frutos de uma operação deste género seriam de extrema importância para o futuro de Alcobaça pois tornariam a cidade e o concelho num ponto de referência nacional.
Claro que tudo isto tem custos, mas a relação custo/benefício seria bastante mais vantajosa para todos, e até se poderiam tentar alguns patrocínios de peso, algo que nos moldes actuais não tem sido possível.
A ideia não é nova, e já antes desta edição da Feira Vasco Gomes havia lutado por este objectivo, tendo mesmo enviado para a Câmara Municipal de Alcobaça um email com muito boas sugestões, transcritas a seguir:
Sugestões para feira doçaria conventual:
1 - No Folheto promocional:
a) dar ênfase á entrada gratuita
b) divulgar onde comer, dormir e o que ver nesses dias, em Alcobaça e Arredores (zona de turismo Leiria/Fátima)
c) divulgar nas revistas mensais (que são distribuídas em Outubro e Novembro) de turismo e culinária, e nas duas semanas anteriores nas revistas e jornais semanais.
d) convidar os jornalistas (a nível nacional) para apresentação da feira com uma prova de doçaria conventual, com antecedência devida
e) Concentrar a promoção do evento em Lisboa (fácil acesso A8) e Porto
2 - No recinto da feira :
a) instalação de Maquina de levantamento dinheiro (Multibanco)
b) Lava-mãos junto aos sanitários
c) Divulgar os primeiros prémios dos anos anteriores
3 - Comercio local e museus :
a) Solicitar para estarem abertos com horário alargado no fim-de-semana
b) Concurso de montras alusivo ao tema conventual
c) Maratona-fotográfica (ou de pintura, inclusive em cerâmica) ao longo de um dos dias (sábado), subordinado aos temas, conventual-Alcobaça-doçaria, aberto a profissionais e amadores.
d) Concurso de pratos típicos nos restaurantes de Alcobaça
4 - Animação :
a) Não faze-la no interior do recinto.
b) Faze-la, de qualidade (cinema, teatro, musica, marionetas) no mosteiro, no auditório da Biblioteca, no Cine-Teatro, com um evento a meio da manhã e outro a meio da tarde, para obrigar as pessoas a permanecerem e circularem em Alcobaça durante mais tempo.
c) Convidar cozinheiros (ou chefes pasteleiros dos hotéis 5 estrelas de Lisboa) para palestras ou workshops e mesmo para eles apresentarem um novo doce baseado nos ingredientes da doçaria conventual (concurso de doçaria conventual para Chefes? tentativa de recriar/modernizar a doçaria conventual?)
d) fazer folhetos para distribuir no recinto com :
- Mapa / rota dos restaurantes de Alcobaça e arredores (concelho?), dos palacetes de Alcobaça, dos Mosteiro de Cós e dos Capuchos (pouco divulgado), dos moinhos de agua, dos museus, de artesãos, em resumo, tudo que possa ter interesse e obrigue as pessoas a circularem, de preferencia a pé, que almocem ou jantem, ou mesmo pernoitem em Alcobaça e que façam pelo menos duas visitas em períodos distintos ao recinto da feira.
e) Caso consigam o patrocínio do "El Corte Inglês", tentem organizar com eles excursões para os clientes deles com partida e chegada no "El Corte Inglês", de preferencia com a viagem gratuita e nos dias de menor movimento (quinta e sexta).
Pessoalmente, guardo apenas algumas reservas em relação à última sugestão, embora não seja totalmente descabida de fundamento.
Gostaria só de acrescentar mais alguns tópicos e sugestões que deverão ser contemplados numa futura edição da Mostra de Doces e Licores Conventuais de maior calibre:
1. A necessidade de uma espaço de muito maiores dimensões, como por exemplo o Mercoalcobaça, embora com algumas remodelações.
2. Criação de grandes parques de estacionamento, em que poderiam ser facilmente utilizado o recinto da feira.
3. Acordo com a PSP/GNR por forma a melhorar as condições de trânsito e evitar congestionamentos.
4. Boa sinalização
5. Site na Internet com informações detalhadas relativas ao evento, alojamento e comércio.
É necessário evitar problemas como os que aconteceram recentemente com o Festival do Chocolate em Óbidos onde se verificaram enormes engarrafamentos, mesmo na auto-estrada A8. Situações destas podem ter o efeito inverso.
Teremos de ser ambiciosos se queremos vencer num mundo cada vez mais competitivo. A oportunidade de Alcobaça é de grande qualidade e é um trunfo que poderá ser usado com efeitos extremamente benéficos para todos. Vamos aproveitar!
sexta-feira, 26 de novembro de 2004
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