Em São Martinho do Porto.
A Câmara Municipal de Alcobaça não cumpriu a decisão tomada no início deste mês pela Delegação de Saúde, que mandou encerrar de imediato o pavilhão gimnodesportivo de uma escola de São Martinho do Porto, que apresenta riscos para os seus utilizadores. Os pais dos alunos estão apreensivos com a situação, mas a autarquia contesta a vistoria feita pela autoridade sanitária.
Na sequência de uma reclamação efectuada pela associação de pais da Escola do 2º e 3º ciclo e Secundária de São Martinho do Porto, a delegada de saúde de Alcobaça, Assunção Almeida, comunicou no dia 2 de Novembro à Câmara Municipal que "proceda imediatamente ao encerramento do pavilhão gimnodesportivo e tome as providências necessárias para ultrapassar os potenciais riscos para a saúde pública".
De acordo com o relatório efectuado após uma vistoria realizada dias antes, "devido à permanência dos potenciais perigos e urgente efectivação das obras, o pavilhão gimnodesportivo deverá ser encerrado pelo período necessário à sua reestruturação".
Foi detectada uma série de anomalias, uma das mais graves respeitante ao perigo provocado pela ausência de distância mínima de segurança da iluminação colocada no tecto, sem grelhas de protecção e com o suporte apenas fixo com fita adesiva, correndo o risco de cair em cima de qualquer utilizador do pavilhão.
Manuela Neves, presidente da associação de pais, apontou que "a iluminação é apropriada para armazéns industriais e não para ginásios, tornando-se fácil, com qualquer bola, a quebra das lâmpadas e a sua queda no solo, como já aconteceu".
Também as balizas e tabelas de basquetebol não estão devidamente fixadas no pavimento, refere o relatório sanitário.
Nos balneários foram detectadas "infiltrações, humidades e presença de fungos e bolores", para além da ausência de ventilação, para assegurar a adequada renovação do ar.
A renovação das peças sanitárias e o funcionamento dos sistemas de aquecimento da água são outras necessidades a colmatar, a par da substituição da cobertura do gimnodesportivo, que tem matérias contendo amianto.
"Os estudos apontam para os efeitos cancerígenos que alguns componentes das placas de cobertura podem provocar", alertou a presidente da associação de pais.
A vistoria da delegada de saúde abarcou todo o estabelecimento escolar, tendo sido observadas fissuras com alguma dimensão no bloco central, falta de protecção das instalações eléctricas, necessidade de rectificação do piso demasiado agressivo dos campos de jogos exteriores, ausência de protecção adequada dos alimentos na zona do bar, entre outras situações anómalas.
Obras em Janeiro
Apesar da decisão de encerramento do pavilhão gimnodesportivo ter sido emitida pela delegada de saúde de Alcobaça a 2 de Novembro, o certo é que ainda ontem as aulas de educação física decorriam naquele espaço.
Gonçalves Sapinho, presidente da Câmara de Alcobaça, contesta que a situação deve ser resolvida "entre escola e Câmara e não com terceiras pessoas a meterem-se". Reconhecendo que o pavilhão "tem alguns problemas por resolver", o autarca assegurou que "já foi feito um levantamento" e em Janeiro serão realizadas obras, medidas que vai comunicar em reunião a ter com a delegada de saúde.
A presidente do conselho executivo da escola, Fernanda Beirão, não permitiu a entrada no pavilhão para o registo de fotografias, alegando que tal só seria possível "depois das cinco e meia da tarde, após a saída dos alunos". Contactada para comentar o caso, mandou dizer que estava "numa reunião" e que "também não tinha grandes declarações a fazer", apesar de se mostrar "solidária" com os pais.
O pavilhão é utilizado pelos 600 alunos da escola e à noite serve diversas associações locais.
In "Repórter Digital"
Só espero que a C. M. de Alcobaça saiba o que está a fazer pois estamos perante uma situação que poderá ser muito grave. Este tipo de situações já não deviam existir.
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