Mosteiro de Alcobaça entre os cenários escolhidos para série da RTP.
As figuras que protagonizaram uma das mais belas histórias de amor da Europa, fonte de inspiração para poetas, escritores e compositores, voltam a ganhar vida, desta vez numa série de ficção histórica que escolhe como cenário, entre outros núcleos históricos do país, o Mosteiro de Alcobaça. A iniciativa integra-se nas comemorações dos 650 anos da morte de Inês de Castro e nas actividades do Ano Inesiano, que terminam em Janeiro de 2006. "É a série mais bela alguma vez feita em Portugal. E digo-o sem qualquer modéstia", declarou ontem aos jornalistas Francisco Moita Flores, autor da série, à margem da cerimónia de apresentação deste trabalho, que decorreu no mosteiro. "É uma história que todos nós gostaríamos de ter vivido até certo ponto". "É a história do amor, da paixão, e a referência do amor para o mundo inteiro", descreveu. Para Moita Flores, "Pedro e Inês estão para a Europa como os pilares que deram origem a grandes obras como 'Romeu e Julieta', parte de 'Os Lusíadas'", entre tantas outras obras "mais ou menos avulsas". A par da singularidade da história, "os actores são fabulosos, os 'décors' são coisas do outro mundo, e o guarda-roupa é espantoso". Os textos, as gravações, e todo o trabalho que envolve a série começou em Novembro de 2004, e deverá terminar em Novembro deste ano, "dentro do programa comemorativo do ano Inesiano", referiu ainda Moita Flores. Entre os apoios com os quais conta esta série, o autor destaca o apoio do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR). "Uma série destas sem o apoio do IPPAR seria impossível", desde logo porque estão a ser usados núcleos históricos, explicou. A série, com estreia marcada na RTP para o dia 7 de Outubro, é uma produção de ficção histórica de 13 episódios sobre o amor de Pedro e Inês, que se inicia com a chegada de Constança a Portugal, acompanhada do seu séquito. Além de Alcobaça, a série tem ainda como locais de rodagem Tomar e Sintra.
Personagens exigentes Para vestir a pele de 'Pedro', Pedro Laginha fez pesquisa histórica, frequentou "aulas de equitação, esgrima histórica, e aulas de dança", revelou aos jornalistas. A sua participação na série é fruto de um casting, selecção que lhe permitiu fazer uma personagem que descreve como "apaixonante". "É uma personagem que acredita tanto no amor que é capaz de ir contra tudo e contra todos, contra a lei estabelecida", caracterizou. O actor defende mesmo que seria "muito importante haver cada vez mais pessoas a lutar por aquilo que querem, por aquilo em que acreditam". "Talvez assim se consiga mudar alguma coisa, combater a inércia". Questionado sobre a importância desta produção, o actor referiu que a equipa que está a participar nesta série tem a "plena consciência" de estar "a lutar pela qualidade da ficção portuguesa". "Sabermos de onde vimos, as nossas referências", conhecer "histórias de amor, tudo isso é muito importante". Ao lado de 'Pedro' está 'Inês de Castro', na série interpretada por Ana Moreira, um rosto pouco conhecido da televisão mas uma actriz com provas dadas, sobretudo no cinema. Aceitar participar na série "foi um desafio", revelou. Principalmente "por nunca ter feito televisão", e pelo facto de a personagem a que dá vida ser "uma personagem muito forte", o que lhe exigiu algum estudo sobre a vida de Inês, e também de Pedro. De recordar que o programa comemorativo deste ano Inesiano preparou iniciativas de teatro, dança, escultura, pintura, performances, moda, poesia, cinema, conferências, tertúlias. O desafio para a comemoração desta efeméride foi lançado por José Miguel Júdice, Comissário-geral. Aderiram as câmaras de Alcobaça, Coimbra e Montemor-o-Velho, e também o Ministério da Cultura.
In Diário de Leiria
sexta-feira, 23 de setembro de 2005
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