Construído no século XVII, na vizinhança da Lagoa Ruiva, o lagar-modelo da Ataíja possuia oito varas de grandes dimensões "quatro de cada lado, peso contrapeso" instaladas num primeiro compartimento. A casa dos moinhos com as tulhas para a azeitona (num compartimento contíguo) e os estábulos (num segundo compartimento) completavam o corpo do "lagar", nas imediações do qual, voltada a nascente, ficava a residência do monge-lagareiro (com as armas do Mosteiro em fachada), acolhendo no seu rés-do-chão as pias de pedra para o armazenamento do azeite.
Este conjunto edificado ainda de pé mas em breve irrecuperável - cujo dramático e crescente estado de ruína requer uma tão judiciosa quanto urgente operação de "recuperação" (primeira finalidade a privilegiar no quadro de uma eventual intervenção museológica) - constitui um dos mais significativos testemunhos, na zona dos antigos Coutos Cistercienses, do relacionamento entre Abadia e região, da forma específica de intervenção da Abadia no plano agrícola, da partilha de estatuto e de competências entre monges brancos e monges conversos, não só no que se refere aos lagares mas também às granjas e quintas.
In 'Marcas e Sinais de Cister' de Maria Olímpia Lameiras-Campagnolo, João Oliva Monteiro, António Sanches Branco, Henri Campagnolo
Que tal a recuperação e o aproveitamento do espaço?