quarta-feira, 28 de abril de 2004

O Parque no Rossio

Tal como é de conhecimento geral, a Praça 25 de Abril em Alcobaça prepara-se para uma grande revolução em termos de gestão do espaço. Um dos pontos em destaque é o fim do parque de estacionamento. É uma ideia que eu apoio fortemente mas que, pelo que tenho vindo a perceber desagrada a muitos, em especial os comerciantes. Referem eles que esta medida iria levar à desertificação da zona baixa da cidade empurrando para a outros locais os cidadãos que por ali passam.
Nada me parece mais errado. Como já se constatou em inúmeras cidades por esse mundo fora, a criação de locais dedicados às pessoas e não aos carros não levou a um decréscimo no número de visitantes. Reparemos nos exemplos mais próximos: na cidade das Caldas, o facto de a rua de maior comércio ser vedada ao trânsito não diminuiu o número de compradores; em Coimbra grande parte da baixa da cidade está fechada aos veículos automóveis; a rua Augusta em Lisboa é das ruas mais movimentadas da cidade...
É assim tempo de devolver a cidade e os espaços às pessoas e não aos carros. Não é nada agradável à vista todos aqueles carros estacionados em frente a um monumento com a dimensão do nosso mosteiro. É algo que transparece uma imagem terceiro-mundista. Em Espanha, por exemplo, todas as principais praças adjacentes a grandes monumentos são pedestres.
Para finalizar, gostaria apenas de alertar os comerciantes que não é o facto de as pessoas poderem levar o carro até à porta dos seus estabelecimentos que lhes aumentará o número de clientes, mas sim a qualidade dos seus produtos e serviços prestados. Cada vez mais as pessoas vão às compras à cidade das Caldas da Raínha e concerteza que têm de andar muito mais a pé do que futuramente em Alcobaça. Deixem Alcobaça desenvolver-se e embelezar-se em prol de uma melhoria para todos.

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