sexta-feira, 11 de março de 2005

Vinho de Alcobaça

Gostaria de retomar um tema já discutido no programa da Rádio Cister "Luzes da Ribalta" que é o da marca de vinhos de Alcobaça. Na altura, e dado o pouco tempo que dispus para o efeito, não alonguei muito a minha opinião, algo que gostaria de fazer agora.


Alcobaça perdeu a sua marca de vinhos. Na realidade, nunca tivemos uma verdadeira marca, pois todos sabemos que a nossa região não reúne as melhores condições para a produção deste produto e nunca nos foi possível ir muito longe. Os Invernos rigorosos com geadas frequentes não permitem a produção de uva com a qualidade suficiente para gerar bom vinho e criar assim um produto de marca reconhecida.
Para agravar, temos o facto de possuirmos uma Adega Cooperativa, que à semelhança de outras regiões do país não permite também uma produção de qualidade. Uma Adega deste tipo limita-se a adquirir a produção de uma grande quantidade de produtores em que não são sequer seleccionadas as castas. O vinho resulta de uma mistura obtida de vários tipos de uva e de várias regiões. Na realidade, os nosso produtores não sabem bem o que estão a produzir e nem se preocupam onde o estão a fazer. A selecção das castas e a escolha das zonas de produção, em especial as encostas voltadas a sul, é bastante importante.
O que fazer então? _ Para começar, devia de haver uma alteração da política da nossa Adega Cooperativa. A Adega deveria funcionar como um elemento regulador, capaz de aconselhar os produtores, a dar-lhes formação. Deveria promover a replantação das vinhas apenas com a casta mais aconselhada e fazer estudos para determinar quais os locais mais indicados. No fundo funcionaria como uma entidade superior capaz de acompanhar e fiscalizar toda a produção.
Mas será na realidade viável esta operação? _ Para ser sincero penso que não, pois como já disse a nossa região não é muito favorável à cultura da vinha e seria um investimento com um retorno muito fraco.
Perdemos o nosso vinho, algo inevitável. Não nos interessa competir nesta área e devemos focarmo-nos nos produtos que conseguimos produzir com qualidade.

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