quarta-feira, 26 de abril de 2006

O Oeste e a Auto-estrada fantasma

Foi promessa durante muito tempo a Auto-estrada número 8 que ligava todo o Oeste à capital e à sede de distrito Leiria. Sempre se acreditou que poderia ser um impulso para o desenvolvimento e prosperidade da região e uma forma de aproximação do Oeste a outras regiões do país. Recorde-se que o Oeste sempre foi uma região carenciada em termos de acessibilidades.
A AE foi construída e as ilusões desfeitas. Passados alguns anos tudo continua praticamente na mesma e os benefícios tão ambicionados foram quase nulos.
E isto porquê? _ Por uma simples razão, o preço das portagens. A A8 é excessivamente cara para o uso que poderia ter. Os potenciais utilizadores não podem suportar tais custos. A A8 seria bastante útil para as muitas pessoas que trabalham fora da sua cidade, como por exemplo os Alcobacenses que trabalham em Leiria ou nas Caldas, e até mesmo muitos dos que trabalham em Lisboa poderiam ponderar um regresso às suas cidades natais. É um universo bastante grande e deveria ser o principal foco das atenções. No entanto, a utilização regular desta via traduz-se em custos elevadíssimos para o utente que prefere continuar a utilizar as velhinhas estradas nacionais. O trânsito de veículos pesados acaba por também tomar essa opção, o que acaba por ser prejudicial para o trânsito e poluição nas cidades.
Foi assim que as previsões acabaram por não coincidir com a realidade, estando uma auto-estrada de 3 faixas de rodagem para cada sentido praticamente deserta. O tráfego esperado ficou muito aquém e o grande investimento feito praticamente em vão.
Seria assim importante que as autarquias se unissem de modo a pressionarem a concessionária da AE e o governo a reduzir os custos de utilização. Seriam as cidades e as vias regionais as beneficiadas em todos os aspectos e consequentemente a qualidade de vida dos cidadãos. Até acredito que com preços menores, o número de utilizadores subisse significativamente e as receitas também...

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