quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Projecto-piloto Pode Transformar Alcobaça Cidade-mãe da Incubação de Empresas Sociais em Portugal

Durante quatro dias, de 8 a 11 de Julho, a temática do “Empreendedorismo social” foi debatida em Alcobaça ao nível local, regional e internacional.
Inserido no projecto comunitário URBAN N.O.S.E – Network of Social Enterprises, do Programa URBACT, financiado pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional), o Município recebeu representantes de sete países distintos como: Espanha: (Xátiva), França (Grenoble); Itália (Gela) Grécia (Agrinion, Koropi), Chipre (Athienou) Suécia (Herrljunga) e Inglaterra (Brighton e Hove).
De várias reuniões de trabalho decorridas ao longo dos 4 dias, o destaque vai para a 1ª Conferência Regional Urban N.O.S.E - “Connecting Cities, Building Success - Ligando Cidades, Construindo Sucessos”, que reuniu um vasto painel de agentes económicos e sociais. A conferência teve como ponto de partida a primeira das directrizes do projecto N.O.S.E, Sistema de governância de apoio à economia social, que visa a criação de uma rede de incubadoras para prolificação de empresas de cariz social, traçando um paralelo entre a realidade local e europeia.
A Conferência contou com a presença de empreendedores, representantes de IPSS’s – Instituições Particulares de Solidariedade Social, Centros de Novas Oportunidades, Centros de Formação, Cooperativas, Associações Sectoriais e Sem Fins Lucrativos, IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional e UNIVA’s – Unidade de Inserção na Vida Activa ao nível regional, tendo o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, marcado presença no painel de abertura.
Para Gonçalves Sapinho, também presente no painel inicial, este é um projecto de que muito se orgulha e que “espera não ver morrer”. Já para o Secretário de Estado, esta é uma iniciativa deveras importante para o País e, pela primeira vez, “a política europeia inclui a componente económica e de coesão territorial”.

João Ferrão considerou ainda que a política de cooperação entre países estrangeiros é cada vez mais o caminho para a inovação social e a sustentabilidade de cada cultura. João Ferrão terminou o seu discurso congratulando a autarquia e todos aqueles que trabalham numa visão “partilhada e colectiva”.
No sábado, 11 de Julho, Eduardo Nogueira, coordenador do projecto, em conferência de imprensa concluiu que o encontro permitiu que “cada uma das cidades europeias fizesse uma exposição do trabalho já desenvolvido”. Uma temática a que o Município de Alcobaça e o grupo de apoio aderiram desde Setembro de 2008, e que representa, para além de uma “parceria dispersa em latitude e longitude”, um equilíbrio assinalável entre “regiões de competitividade e convergência”. Nos primeiros seis meses do projecto, apresentado em Janeiro de 2009, foram cumpridos à risca os objectivos definidos, entre eles a criação de um grupo local de apoio, constituido na sua maioria por entidades que já fazem parte da rede social do Concelho, e outras convidadas, que “representam uma mais valia para o projecto como é o caso do IPN - Instituto Pedro Nunes (Universidade de Coimbra e o Micro Crédito do Milénio BCP”, afirmou Eduardo Nogueira.

CONCLUSÕES DO PROJECTO
Para Eduardo Nogueira, a temática discutida no Cine-teatro no dia 10 de Julho, “Empreendedorismo Social”, exige a criação de um conjunto de redes, participação em programas de cooperação e articulação de conhecimento entre Município e o grupo local de apoio. O coordenador salientou ainda que o objectivo último do projecto é formação de “uma rede de incubadoras para empresas sociais que irá criar muitos postos de trabalho”. Eduardo Nogueira ressalvou ainda que o sector terceiro é um “gigante silencioso que move 60 milhões de euros por ano”, ao qual o Concelho não pode nem deve ficar indiferente, dando o exemplo da incubadora do IPN que move 50 milhões de euros/ano.

Cristiano Gualtieri - Consultor do Projecto (pertencente à empresa de consultoria RM&P e gestor do projecto em nome do Município de Gela), recordou que este é um projecto em rede de pequenas cidades, onde das 181 cidades concorrentes apenas 27 dos projectos foram aprovados. Para Cristiano, este é o único projecto que tem capacidade de “evidenciar o valor da economia social como motor de desenvolvimento colectivo”, lembrando que é necessário “alargar o conceito de economia social e aplicá-lo à realidade local”.

Perito do projecto e consultor externo dos Municípios envolvidos, Sérgio Campanella considerou que este foi um primeiro encontro para analisar quais as potencialidades das diferentes cidades para o tema e a forma como assumem as suas políticas governativas ao nível da criação de incubadoras de empresas sociais.

Para o perito, apesar de a temática em Alcobaça estar um pouco menos desenvolvida que nas cidades mais avançadas como Brighton e Grenoble, Alcobaça “foi escolhida pelo potencial que tem para a criação de empresas sociais”. Para Sérgio, a 1.ª Conferência Regional foi um óptimo ponto de partida para clarificar as dúvidas existentes ao nível do quadro social, uma vez que percebeu que o trabalho já feito permite afirmar que “o ambiente é favorável para transformar parte deste sector clássico em novas economias/empresas sociais e ajudá-las na inserção de mercado”. O perito concluiu ainda que “Alcobaça tem o desafio muito grande de transformar o conceito de intervenção social clássica em intervenção económica social”.

O próximo encontro está marcado para Dezembro de 2009, em Brighton&Hove.

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Fonte: Gabinete de Informação e Relações Públicas da C.M.A.
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