quarta-feira, 5 de maio de 2004

Linha do Oeste

Definida a Comunidade Urbana do Oeste, há um tema que considero pertinente abordar e que é a recuperação de um dos seus principais eixos em termos de transportes, a linha férrea do Oeste.
Actualmente a linha está votada ao abandono e assiste-se a uma redução drástica no número de utentes. O transporte rodoviário vai assim tomando conta do mercado.
Chegou mesmo a estar em causa a continuidade do serviço na linha e circularam rumores que seria mesmo encerrada caso a cimenteira localizada na Maceira reduzisse a sua produção.
Pessoalmente reconheço nesta linha um elevado potencial tanto em termos de transporte de passageiros como de mercadorias. A zona Oeste tem vindo a registar um acréscimo em termos de população e esta linha férrea consegue atravessar alguns dos maiores centros urbanos da região e mesmo estabelecer a ligação dos mesmos com a capital do país. Certamente que se as condições o permitissem o comboio seria o meio de transporte de eleição. De salientar também o facto de esta ser uma via que consegue ligar importantes zonas industriais como a Marinha Grande, Pataias, Caldas e até mesmo o Casal da Areia ao grande centro urbano de Lisboa, ao Porto de Lisboa e também a Leiria e à zona norte de Portugal. A construção de vários terminais de carga teriam aqui um papel importante.
Para Alcobaça, um transporte ferroviário rápido até Lisboa seria uma grande mais-valia. É significativo o número de Alcobacenses que frequentemente se deslocam até à capital.

O Jornal das Caldas publicou há uns tempos a notícia:

Linha do Oeste: Obras podem avançar em 2005

Assistente e orador no segundo dia do Congresso do Oeste, Seabra Ferreira, secretário de Estado dos Transportes, admitiu que "a Linha do Oeste é para manter a grosso modo", apesar de estar a ser feito um estudo pela Refer quanto à sua viabilidade.
O secretário de Estado dos Transportes garantiu também que estão a ser feitas obras que consistem na conclusão de uma intervenção, a ser concluída em 2004, que, depois dos resultados do estudo da Refer, "irá fundamentar um futuro programa de investimentos em três segmentos com vocações próprias".
Na base deste estudo está a viabilidade, garantindo que "não é de considerar o fecho", até porque "a Linha do Oeste tem segmentos, um dos quais parte do Cacém em direcção às Caldas da Rainha, em que há um troço até à estação de Meleças, que vai ser integrado na rede sub urbana de Lisboa e detecta-se neste troço entre Caldas e Cacém que há um mercado potencial, onde poderá haver uma proposta de extensão do serviço sub urbano até Caldas da Rainha".
Outro troço onde haverá dúvidas quanto à viabilidade passa-se mais a norte. "De Caldas até Leiria tem vocação diferente e de Leiria para a Bifurcação de Lajes tem outro diferenciado, mais direccionado para norte". De acordo com o estudo, se tiver sustentação económica e financeira, "avança-se com obras em 2005, com o troço do Cacém a Caldas da Rainha", o qual parece ser um troço em si "interessante para o sub urbano do eixo regional", afirmou Seabra Ferreira.
Assim garante o governante, "a Linha do Oeste poderá ter um serviço sub urbano até Caldas" porque "há um mercado potencial que possibilita a proposta da extensão", referindo também que "a privatização da Linha poderá passar só em termos de exploração" até porque "têm aparecido interessados".
Até lá, este estudo termina no final deste ano, sendo que existem ainda estudos prévios a desenrolar durante o próximo ano, ficando-se mais uma vez à espera de uma decisão que parece tardar para o futuro da Linha do Oeste.


No meu entender a integração do troço Caldas - Leiria - Figueira da Foz numa rede sub urbana de Leira seria também de ter em conta.
Aguardamos assim pelo estudo, que certamente indicará alguma viabilidade para bem de todos.

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