Diversas entidades relacionadas com o Sector da Cerâmica regional estiveram reunidas em Alcobaça, na passada quarta-feira, numa sessão que conto, ainda, com a presença dos Presidentes das Câmaras da Nazaré, Batalha, da Nazaré e de Porto de Mós, a APICER - Associação Portuguesa da Indústria Cerâmica, o NERLEI - Núcleo Empresarial da Região de Leiria, a ACSIA - Associação Comercial de Serviços e Indústria de Alcobaça, o CENCAL - Centro de Formação Profissional p/ a Indústria Cerâmica, o SINDEQ - Sindicato Democrático da Energia Química e Indústrias Diversas e o Sindicato Cerâmico de Leiria.
Empresários e autarcas vão pedir com carácter de urgência uma audiência ao Ministro da Economia, Manuel Pinho, a quem irão apresentar um documento conjunto com as soluções imediatas para a sobrevivência deste sector, que atravessa um período de crise profunda.
Os empresários pedem água e luz mais baratas para puderem sobreviver num contexto de grandes dificuldades, em que os mercados tradicionais deixaram de absorver a maioria da sua produção, assim como a descida do preço do gás, que subiu mais 10%, e que torna a competitividade um objectivo difícil de alcançar.
José Luís Sequeira, presidente da Associação Portuguesa da Industria de Cerâmica (APICER), congratulou-se com a forma como decorreu o encontro de Alcobaça ao afirmar que todos «os agentes envolvidos estiverem dispostos a ajudar», acreditando que, assim, será «possível evitar que mais empresas fechem as portas».
Os empresários voltaram, ainda, a pedir a «suspensão temporária da mão-de-obra», propondo, em contrapartida, a realização de acções de formação profissional. A solução, justificaram, evitará o despedimento de trabalhadores cada vez que as empresas ficarem com «falta de encomendas».
Marcelo Sousa, porta-voz de um grupo de empresários da região, apelou a uma rapidez de resposta da parte do Governo avisando que caso a reacção não chegue, entretanto, mais empresas poderão vir a encerrar as portas, colocando mais trabalhadores no desemprego.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal da Batalha, António Lucas, defendeu que as autarquias «devem colaborar com o Governo para ajudar a combater a crise», embora, adiantou, «as grandes medidas são da responsabilidade da administração central».
António Lucas disse que as autarquias podem mexer em «algumas taxas» e implementar projectos como o FINICIA, o micro-crédito ou o «apoio na área social», medidas que, sublinhou, «por si só não resolvem os problemas do sector da cerâmica, pelo que a intervenção do governo é essencial».
Durante a parte da tarde de quarta-feira, a Câmara Municipal de Alcobaça reuniu apenas com os empresários de Alcobaça. À saída do encontro, alguns dos industriais mostravam-se menos optimistas, ao afirmarem que «não vale a pena dar mais medicamentos a quem está muito doente porque já não fazem efeito».
Nos últimos cinco anos, encerraram cento e cinquenta e três empresas de cerâmica e cerca de 3 mil pessoas foram conduzidas para o desemprego. O número agravou-se nos últimos meses com o encerramento da centenária Raul da Bernarda; as Faianças Neto & Gomes (S.Martinho do Porto) e a Obrarte (Pinhal Fanheiro, no concelho de Alcobaça, que, ao todo, colocaram cerca de 200 trabalhadores no desemprego. Nas Caldas da Rainha, outrora outro pólo da cerâmica portuguesa, encerram a Secla e a Cerâmica Bordalo Pinheiro está na iminência da insolvência. Há meses que esta empresa apresenta dificuldades de pagamento dos salários aos trabalhadores.
No concelho da Nazaré, a Sociedade de Porcelanas (SPAL) é, actualmente, a maior empregadora na área da porcelana, dando emprego a cerca de 500 pessoas, depois de se terem concretizado os encerramentos de várias pequenas empresas instaladas na freguesia de Valado dos Frades.
In Rádio Cister
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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