O investidor vai comprar uma posição na empresa canadiana que diz ter encontrado reservas de 500 milhões de barris de crude em Portugal. O suficiente para abastecer o país em cinco anos.
Joe Berardo vai realizar um dos mais arriscados investimentos da sua carreira, com a compra de uma posição na companhia canadiana Mohave Oil & Gas, que tem a concessão de quatro blocos de petróleo e gás natural em Portugal.
Após 16 anos de pesquisa em Portugal, a Mohave acredita que conseguirá produzir cerca de 500 milhões de barris de petróleo, através de uma nova tecnologia que permite fazer o que durante décadas foi impossível.
"Há alguns anos, já me tinham tentado convencer a investir, mas sabia que era muito difícil extrair petróleo em Portugal devido à geologia, pelo que recusei. Mas com o horizontal drilling já concordei", disse o investidor ao Diário Económico.
"A Petrobras e a Galp vão investir 300 milhões de dólares em Portugal e vão usar a mesma tecnologia. Ninguém seria louco para investir isto se não existisse petróleo!", acrescentou. "O desafio é conseguir extraí-lo", defendeu.
O investimento de Berardo ainda não está definido. Certo é que vai subscrever uma parte significativa do aumento de capital de 18 milhões de dólares (12,1 milhões de euros) que a Mohave está a levar a cabo para financiar o arranque da produção comercial. A empresa prevê que a perfuração dos primeiros poços, em Aljubarrota e Torres Vedras, comece em Maio, prevendo-se que a produção comercial arranque ainda em 2010, sendo que o crude será vendido à Galp, ao abrigo de um acordo já assinado.
E quando a produção comercial atingir velocidade de cruzeiro, os investimentos serão já de centenas de milhões, consoante o crude efectivamente descoberto.
A Mohave está em Portugal desde 1993, tendo investido mais de 40 milhões de euros na prospecção de petróleo e gás. As quatro concessões que detém vigoram até 2015.
"Um dos aspectos mais positivos é que o Estado não ficará, para já, com uma parte significativa das receitas. Por isso, extrair um barril em Portugal equivale a produzir seis em Angola", defendeu, por seu turno, o presidente da Mohave, Patric Monteleone. "Portugal é parecido com a Líbia e com a Argélia, em termos geológicos", disse ainda, acrescentando que o crude é "leve".
Reservas estimadas valem entre 1,4 e 37,8 mil milhões de dólares
Antes de avançar para o aumento de capital - que já recebeu luz verde do regulador canadiano e está a ser subscrito na sua maior parte por investidores de Toronto - a Mohave pediu à Sed Strat Geoscience (que tem clientes como a Chevron e a Petrobras) para avaliar as reservas em Aljubarrota e Torres Vedras. Segundo a Sed Strat, existem 50% de probabilidades de os dois blocos conterem 486,8 milhões de barris, o suficiente para abastecer o país durante quase cinco anos e cerca de dez vezes menos do que o gigantescas reservas brasileiras do Tupi, que a Galp explora.
Aos preços actuais, este filão valerá 25,4 mil milhões de euros. Na estimativa mais pessimista, serão 18,2 milhões de barris de petróleo, o que à cotação actual equivale a 942 milhões de euros, um valor considerável e que garante a viabilidade comercial.
In Rádio Cister
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