quarta-feira, 16 de junho de 2004

Alcobaça, pela SaeR (Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco)

O Semanário Região de Leiria publicou a notícia:

Fundação para o Mosteiro

Uma fundação para o Mosteiro, uma sociedade municipal de desenvolvimento e um cluster cultural da Lusofonia são, entre outras, algumas das propostas de Ernâni Lopes para Alcobaça, inseridas num estudo divulgado na semana passada na cidade dos monges.
O estudo elaborado pela SaeR (Sociedade de Avaliação de Empresas e Risco) de que Ernâni Lopes é sócio, é o resultado do trabalho feito ao longo de 18 meses a pedido da Câmara Municipal, para a avaliação estratégica das condições de desenvolvimento do concelho de Alcobaça. O documento, caso venha a ser aceite pelo executivo municipal, deverá dar origem ao Plano de Desenvolvimento Estratégico de Alcobaça (PDE).
Ao todo, são 60 as recomendações feitas ao longo de um livro com mais de 450 páginas, que parte "da realidade poderosa e sempre presente", que é o Mosteiro, considerado "âncora do desenvolvimento". "Mas", adiantou o economista, "os investimentos necessários para o Mosteiro são da ordem dos 40 milhões de euros, a que se junta, depois, um a dois milhões de euros por ano", para a sua manutenção.
No entanto, Ernâni Lopes reconhece que "os encargos financeiros previsíveis são incompatíveis com as realidades actuais". Em alternativa, a solução para o problema passaria pela criação de uma fundação, que deveria "agregar uma adequada parceira de capitais públicos (Estado e autarquia) e privados (nacionais de estrangeiros".
E, porque Alcobaça não tem escala, Ernâni Lopes, propõe a criação de um "cluster cultural da Lusofionia", que passaria por alianças com outras localidades, nomeadamente com Tomar, "mas sempre", adianta, "com base no desenvolvimento do potencial contido no Mosteiro".
Para potenciar a estratégia proposta, a Saer adopta, como elemento "sintetizador", o programa dos três arcos: "o espiritual/cultural, o material e o ambiental". Enquanto para o primeiro se propõe a criação dos caminhos de Santa Maria, apoiados nas sete igrejas da região (Óbidos, Nazaré, Cós, Batalha, Fátima, Tomar e Alcobaça), para o segundo defende-se a sistematização das várias actividades, e para o terceiro a exploração turística e cinetífico-tecnológica da Serra dos Candeeiros.
"Gerar novas e diferentes soluções" é, em resumo, a proposta da SaeR, para quem está esgotada a "mera continuidade da evolução da segunda metade do século XX", no concelho de Alcobaça.
A tudo isto, Ernâni Lopes acrescenta, ainda, a criação de uma "task-force" específica junto do presidente da Câmara Municipal, o desenvolvimento da rede de acessibilidades no interior do concelho, o debate público do estudo agora divulgado, a criação do ensino superior de caracter inovador, um urbanismo compatível e desenvolvimento de empreendimentos turísticos de alta qualidade.
Esta a forma da Saer para Alcobaça enfrentar a "concorrência das cidades", atrair recursos e fazer face à "globalização competitiva", que se instalou no planeta a partir de 1985, com a "globalização da informação".
"Uma pedrada no charco", frisou Gonçalves Sapinho, presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, referindo-se "à mudança que tem de acontecer" no concelho, depois dos "desafios" lançados pelo estudo de Ernâni Lopes.


Sinceramente nenhum dos pontos focados com vista ao desenvolvimento de Alcobaça me convenceu, embora eu actualmente não comente a notícia dada a falta de acesso ao tal documento com mais de 400 páginas. Acredito até que sejam focadas medidas importantes para o concelho.
Fiquei também um pouco desiludido com o facto de o Mosteiro continuar a ser o eixo de desenvolvimento. Penso que é altura de parar com esta dependência e atacar nas mais variadas frentes. Os Alcobacense não devem ficar à sombra do Mosteiro para sempre...

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