O subaproveitamento do manancial de água existente no subsolo do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), a segunda maior reserva hídrica renovável do País, pode trazer graves consequências para Portugal. O alerta foi deixado por vários especialistas ligados ao ambiente e à geologia, durante um colóquio realizado recentemente em Torres Novas, citados na edição de domingo do jornal "Público".
Os técnicos denunciaram ainda a falta de resultados de um protocolo assinado, em 2003, por 18 entidades, e que previa a realização de um estudo para avaliar as potencialidades daquele aquífero subterrâneo. O acordo foi celebrado no âmbito do Ano Internacional da Água Doce e apontava o prazo de três anos para a execução da investigação, mas até hoje nada foi feito. O JORNAL DE LEIRIA apurou que o estudo deveria analisar as pontencialidades dos recursos hídricos existentes no Maciço Calcário Estremenho, a forma como circulam e como podem ser explorados. Pretendia-se ainda identificar as fontes de poluição do aquífero.
José Alho, presidente da Liga para a Protecção da Natureza, considera "fundamental" apurar o "estado real" da água do Maciço, para que se possa depois avançar para a sua exploração. No entender do ambientalista, a necessidade desse trabalho ficou demostrada pelo conjunto de entidades que assinaram o protocolo em 2003, desde organismos da Administração Central, Câmaras Municipais e empresas ligadas à exploração de água. Pena foi que "nada tenha avançado", diz, frisando a vulnerabilidade do Maciço Calcário às fontes de poluição, por estar numa das zona de maior actividade do País, "rodeado de auto-estradas, aglomerados urbanos, exploração pecuária e indústrias".
In Jornal de Leiria
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