quinta-feira, 7 de agosto de 2008

As Granjas Cistercienses

Numa época de grande crescimento da actividade agrícola, os Monges de Cister, seguindo na íntegra a Regra de São Bento que ditava que deveriam viver do trabalho das suas próprias mãos, encontravam cada vez mais dificuldade em encontrar terrenos livres para a expansão das suas actividades. Os melhores e mais próximos terrenos começavam a ficar ocupados e tornava-se cada vez mais pertinente a conquista de terras remotas e de inferiores qualidades.
A conquista deste tipo de campos e a sua preparação para os fins que os monges pretendiam começou a ser chamada de "beneficiamento". Alvo de tal acção, estavam as terras localizadas em lugares remotos e ermos, zonas pantanosas e de mato que necessitavam de algum trabalho antes de estarem prontas para a agricultura.

Dada a significativa distância a que muitas destas terras se encontravam do mosteiro tornou-se imperativo que grupos de monges permanecessem no local pelo menos nas alturas de grande actividade. Foi assim que nasceram as Granjas Cisterciences. As granjas eram uma espécie de residências temporárias monásticas que albergavam os monges nos períodos de grande labuta.

Na nossa região ainda podemos encontrar algumas destas granjas, como a reconvertida Quinta do Campo em Valado de Frades e a Granja da Quinta da Serra na Benedita, esta última infelizmente em ruínas.

Foto de FreiGurita tirada em 1984

É precisamente por esse facto que escrevo este artigo, para chamar a atenção para o estado lastimoso em que se encontra a Granja Cisterciense da Quinta da Serra e por vermos mais um pouco do nosso rico património ruir de forma triste e inglória. Trata-se de um edifício bastante rico em termos de história e arquitectura e que poderia ser reutilizado para vários fins, muitos deles rentáveis. Será que nada se pode fazer?

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