O presidente da Comissão Nacional da UNESCO considerou sexta-feira, em Alcobaça, que a rota dos Mosteiros Património da Humanidade é uma “excelente iniciativa”, admitindo que gostaria de ver o exemplo repetido, mas apenas “se for apropriado”.
“O turismo, sobretudo o turismo sustentado, que seja bem pensado e bem cuidado, é uma mais-valia para os monumentos e para as populações que lhes estão perto”, disse Fernando Andresen Guimarães no final da visita que 25 especialistas da região Europa Mediterrânica, que são os pontos focais dos respectivos países para os relatórios periódicos do Património Mundial, fizeram no final do dia ao Mosteiro de Alcobaça.
Para o presidente da Comissão Nacional da UNESCO, organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a rota é também uma forma de multiplicar o conhecimento destes monumentos para os portugueses como para os estrangeiros.
Fernando Andresen Guimarães declarou que o que está a ser desenvolvido no âmbito desta rota está a ser “muito bem feito e estudado” e vai “demorar tempo”, acrescentando que, “às vezes, é preferível não fazer do que fazer mal feito”.
O projecto Mosteiros Portugueses Património da Humanidade foi aprovado terça-feira pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
A Rota dos Mosteiros Património da Humanidade será financiada pelo Quadro de Referência Estratégico Nacional (8,1 milhões de euros) e pelo Programa Operacional Regional de Lisboa (1,6 milhões de euros).
O projecto, a iniciar em Junho e com conclusão prevista para 2010, alicerça-se nos monumentos Património da Humanidade - Convento de Cristo (Tomar), Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa), Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça e Mosteiro de Santa Maria da Vitória (Batalha).
Sobre o estado do Mosteiro de Alcobaça, o presidente da Comissão Nacional da UNESCO afirmou que os problemas “são os mesmos em todos os monumentos”,
“É enorme a dificuldade de manter algo que tem séculos de existência. Os edifícios, como as pessoas, nascem, crescem e depois envelhecem, e têm que ser tratados, cuidados e isso nem sempre é muito fácil”, reconheceu, esclarecendo que a parte visitável do Mosteiro de Alcobaça está em “excelente estado de conservação”.
“Nunca será alguma coisa que se possa parar, sentar e dizer está feito. É um processo que tem de ser tratado e feito todos os dias”, observou ainda, referindo não haver nada pior para um monumento que a não utilização.
Confrontado se gostaria de ver a parte devoluta do mosteiro ocupada com outros serviços, o responsável defendeu que uma decisão sobre essa matéria “tem de ser decidida sempre com o apoio dos seus utentes mais próximos, que são as populações que aqui vivem”.
Reiterando que em muitos monumentos classificados o acesso “tem de ser regrado”, Fernando Andresen Guimarães explicou que no caso dos monumentos de Alcobaça, Batalha e Tomar “nenhum dos três ainda está sob essa pressão”, salientando não ser “tabu nenhum dizer que nalguns sítios não queremos gente a mais”.
Lusa via
Rádio Cister
sexta-feira, 15 de maio de 2009
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1 comentário:
O problema não é não ter gente a mais,é ter gente a menos!
Quando é que o ministério resolve partilhar a gaetão com Alcobaça ,ouvir as pessoas ?
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