Na Benedita
A associação Barafunda, pela voz de Isabel Rufino, considerou, no decorrer do "Encontro marcado" no Espaço Encontros, na Benedita, no passado dia 11, com os construtores de instrumentos musicais Orlando Tavares e Luís Rodrigues, a possibilidade de vir a oferecer "formação profissional" naquela área, tendo lançado o repto aos convidados para "estudarem" o assunto.
Durante a tertúlia, mais participada que a anterior, Orlando Tavares surpreendeu os presentes com uma inesperada lição de Musicologia. O jovem de 32 anos, "autodidacta" que tem "tentado ser um homem do renascimento" e que vai participar em breve, como orador, numa conferência internacional a realizar em Óbidos, lamentou a ausência de apoios à sua arte, congratulando-se pela sorte que o tem acompanhado ao longo de um percurso já vasto que o conduziu ao atelier de Fernando Meireles, em Coimbra, construtor de referência no País. Quem observou os seus trabalhos, expostos no local, acrescentou a palavra "talento".
Luís Rodrigues corroborou que "em Portugal é muito difícil" exercer o "metier" e confessou que tem tido dificuldade em manter uma cadência de trabalho razoável após o término do seu curso profissional. Fez ainda questão de frisar que quem trabalha na área fá-lo "por gosto" e, apesar das dificuldades, considerou "uma inevitabilidade" manter-se ligado à construção de instrumentos tradicionais portugueses no futuro.
No final da sessão, após ambos os convidados terem relatado experiências, o processo pessoal de trabalho e os materiais utilizados, Orlando Tavares presenteou o público com a sonoridade dos seus instrumentos antigos, caso de uma Harpa Medieval, uma Cítola, um Alaúde e uma Viola Renascentista, por ele construídos a partir de fontes iconográficas. A Harpa, por exemplo, "descobriu-a" numa escultura do Pórtico da Glória de Santiago de Compostela; a Cítola, numa outra datada de 1180.
In Repórter Digital
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