Muita discussão tem girado em torno da eleição das 7 Maravilhas de Portugal, um evento associado à famosa eleição das novas maravilhas mundiais.
A eleição das 7 nacionais tem sido bastante promovida por entidades privadas e governamentais, com especial destaque para as Câmaras Municipais, que muito têm gasto na promoção dos seus monumentos. Cada cidade/município espera assim ficar definitivamente referenciado como local de eleição e ocupar um lugar de destaque nas principais rotas turísticas.
A votação está aberta a toda a população e poderá ser feita através da internet, telefone ou SMS, e aqui é que está o problema.
A eleição das 7 Maravilhas de Portugal depende única e exclusivamente da vontade dos votantes e não das verdadeiras qualidades dos monumentos. Como todos sabemos as pessoas vão votar no(s) monumento(s) da sua terra e nos que mais simpatizam e não nos que verdadeiramente consideram como os mais impressionantes e belos. É óbvio que todos os Lisboetas vão dar ênfase à Torre de Belém e aos Jerónimos, os de Tomar ao Convento de Cristo e por aí fora, da mesma maneira que se espera que todos os alcobacenses votem no Mosteiro de Alcobaça. Não é que estes não mereçam, mas são os seus símbolos, os das suas terras. Este tipo de votações pode deixar de fora monumentos impressionantes e com grandes potencialidades para estarem na lista das 7 maravilhas só por estarem localizados em lugares remotos e pouco visitados. Não é por isso que não são maravilhas.
Ora, como Alcobaça é uma cidade pequena e sem expressão, muito dificilmente o nosso mosteiro será um dos eleitos. Somos poucos votantes em comparação com cidades como Lisboa, Coimbra ou até mesmo Tomar. Para agravar o bairrismo também não impera em Alcobaça.
Este factor também condiciona largamente os investimentos que se têm vindo a fazer na promoção dos monumentos e cidades associadas. Valerá mesmo a pena as Câmaras Municipais investirem nestas promoções? No nosso caso concreto, será que vai resultar qualquer investimento feito pela C.M.A. seja ele bom ou mau? _ Eu penso que não. O concurso não é justo e não é fidedigno e por isso o investimento de dinheiros públicos não deveria ser aplicado.
Este tipo de eleição deveria contar com um grupo de júris com competencias nas áreas de arquitectura, engenharia, etc. para que a lista fosse o mais verdadeira possível.
Para terminar, será que no futuro os monumentos eleitos terão assim um acréscimo tão grande de visitantes? Será que esta lista terá mesmo um impacto positivo na sua classificação?
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