Com o apoio da Câmara Municipal, desde então, os "descobridores" estão de novo na cidade, durante 15 dias, trabalhando das 9h00 às 18h00, na Cooperativa Agrícola de Alcobaça, estando a partida marcada para dia 28 de Julho. Alojados na Escola D. Inês de Castro, este grupo é marcado pela diversidade de nacionalidades, formação profissional e idade dos participantes.
Para os mais leigos, à primeira vista, os pequenos objectos espalhados pela mesa são apenas cacos. Passados alguns minutos de conversa com Jorge António, é visível a riqueza do material, fragmentos de cerâmica vidrada simples, de barro vermelho ou de faiança, que datam de finais do século XVII e princípios do século XVIII.
Um trabalho que envolve escavações, limpeza de materiais, colagens, entre outras actividades, "um jogo de paciência e de persistência", conta Jorge António. O arqueólogo, adianta que é um prazer trabalhar com miúdos, uma vez que é uma forma de incentivar os mais velhos, porque "normalmente as pessoas não têm muita sensibilidade e os pequenos levam os ensinamentos para casa".
Este ano, o grupo de intervenção decidiu parar de recolher objectos, e está a recuperá-los, pois segundo Jorge António, "este material precisa de ir para o laboratório, para ser colado e limpo com maior rigor". Com o término da campanha, o arqueólogo pretende apresentar um relatório final à vereadora da Cultura e ao IPA - Instituto Português de Arqueologia.
Grande parte do material encontrado, desde potes de barro, moedas, dedais, amostras de carvão, cavilhas, pregos, fivelas, anéis, a tigelas de louça, do último alcaide a executar funções no Castelo, Bento Luís Correia de Melo, aquando o terramoto de 1755, são autênticas peças valiosas que, apesar da distância temporal, se assemelham em muito aos objectos utilizados nos dias de hoje.
Num futuro não muito longínquo, é de aguardar uma apresentação pública dos achados, que constituem uma importante ferramenta para a compreensão do passado de Alcobaça.
Fonte: C.M.A.
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