quinta-feira, 14 de junho de 2007

Quanto Custa a Promoção? Porquê? É Muito?

Noticiou o jornal Público na sua edição de 11/06:

Quanto dinheiro é preciso para "criar" uma maravilha de Portugal?
Falta menos de um mês para serem conhecidos os "sete magníficos". Investimento das autarquias na promoção dos seus monumentos vai do oito ao 80

Há monumentos que falam mais alto do que outros. A Torre de Belém, o Templo de Diana e o Convento de Mafra têm voz mais grossa que o Castelo de Almourol ou a Fortaleza de Sagres. Esta talvez seja uma das razões pelas quais uns precisem mais do que outros de publicidade para angariar votos que os levem ao pódio na eleição das 7 Maravilhas de Portugal. A menos de um mês de o país conhecer os nomes das suas jóias da coroa, o PÚBLICO quis saber quanto investiram em promoção as câmaras municipais onde estão instalados os 21 monumentos finalistas do concurso. Primeira conclusão: o investimento vai do oito ao 80. Ou, no caso, dos zero aos 150 mil euros.

(...)

De todas as câmaras contactadas, a de Alcobaça foi a única que reconheceu ter apostado forte na promoção do seu mosteiro. "Não há problema nenhum em assumirmos que investimos", comenta Eduardo Nogueira, adjunto do presidente da câmara. Quanto? "Entre 100 a 150 mil euros." A autarquia recorreu aos serviços de uma empresa de consultoria que definiu os moldes da campanha. (Vítor Frutuoso, presidente da Câmara Municipal de Marvão, adianta que também foi contactado por uma empresa que pretendia promover o castelo. O preço-base era 50 mil euros. O autarca declinou e revela que a única coisa que o município fez foi publicidade na imprensa e distribuição de postais. O investimento, garante, ficou na ordem dos dez mil euros.)
Em Alcobaça, aquele montante foi também utilizado para pagar os direitos de imagem de Luís de Matos, que dá a cara pelo mosteiro. O contrato com o mágico prevê ainda a realização de um espectáculo em 2008. "Será a maior metamorfose de todos os tempos aqui no mosteiro", garante Eduardo Nogueira. E mais não diz - o segredo é a alma do negócio.
[Ler notícia completa no Público]
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Antes de entrarmos em discussão aqui fica o comentário deixado pelo Eduardo Nogueira num post anterior:

Relativamente aos valores dispendidos pelo Municipio na Campanha das 7W, confirmo os valores avançados ao jornal “Público”.
A Câmara Municipal de Alcobaça tem relativamente às questões de natureza financeira uma prática de transparência e seriedade. Ao contrário de outros Municípios, que não responderam, ou atiraram para o ar valores totalmente irreais, quando contrapostos às acções levadas a cabo por si, nós optámos pela verdade. É uma forma de estar!
A Campanha das 7W é a campanha “do preso por ter cão e preso por não o ter”. Se a Câmara cruzasse os braços e nada fizesse, seria acusada de nada fazer, de não ter visão, de ser tacanha, de ser miserabilista, pindérica, economicista, de só pensar em Pataias, de só pensar na Benedita, de só pensar em São Martinho, … Assim, como a Câmara se chegou à frente e decidiu apostar na divulgação do Mosteiro de Alcobaça, com uma campanha profissional, pensada, com uma linha condutora, com uma imagem cuidada: “Aqui d’el rei! É um escândalo!”
Ao contrário do que já li, algures, por aí, na blogoesfera, as verbas dispendidas pela CMA não são nenhum escândalo. Escândalo seria se o Município estivesse tão endividado e tão sem folga financeira que não pudesse investir (atenção, eu disse investir, não disse gastar; é diferente, sabem?) menos que 0,5% do seu orçamento real anual (sim, é menos que meio ponto percentual do nosso orçamento)numa acção de divulgação de um Monumento que até é Património da Humanidade (algo que outros candidatos gostariam de ser) e que se chama Mosteiro de Alcobaça.
Independentemente de, num futuro imediato, este esforço se poder vir a revelar infrutífero no que toca aos resultados da votação, há duas coisas que ninguém poderá negar: a Câmara poderá ficar de consciência tranquila, pois cumpriu a sua parte; a notoriedade e conhecimento público em torno do Mosteiro de Alcobaça terá aumentado, algo que é essencial, uma vez que existe um gritante desconhecimento do Mosteiro por parte, inclusivamente, dos habitantes do concelho.
Promover o que é nosso nunca é escandaloso. Escandaloso é não valorizarmos o que temos!
Eduardo Nogueira 06.13.07 - 5:11 pm


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Aqui entra claramente a questão das opiniões pessoais de cada um e das prioridades daí resultantes. Para uns poderá ser uma absurdo este apoio enquanto que para outros é fundamental. Há no entanto que respeitar as opiniões opostas.

Muito se tem falado e criticado na blogosfera esta tomada de posição da C.M.A., e numa coisa estou inteiramente de acordo com o Eduardo, é a campanha "do preso por ter cão e preso por não o ter". No início choveram críticas por nada se fazer lembram-se?

Fico também com a ideia que a campanha poderá não custar o montante máximo que se referiu e que poderá ficar bem abaixo. No caso de o Mosteiro não ser eleito (e continuando o panorama como está...), não haverá "Luís de Matos" que creio ser a fatia maior deste bolo...

Aparte disto, e pondo as polémicas de fora, creio que a primeira pergunta que deveria surgir é: _Haverá retorno deste investimento? Valerá a pena investir-se uma verba desta grandeza?

A mim parece-me que não (apesar de não saber o montante investido sem o espectáculo do LM), e poderíamos ser um pouco mais contidos, vendo a relação investimento/lucro. O retorno não será significativo à excepção do título obtido, o que não trará grandes lucros ao município. O Mosteiro de Alcobaça é excessivamente belo e será sempre visitado seja ou não uma maravilha nacional.

Entra também a questão da fiabilidade do título e do resultado como promoção turística que já aqui pus em causa.

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