quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Estudo: Novo hospital deve ser construído em Alcobaça

A construção de um hospital no concelho de Alcobaça, junto à auto-estrada, é a solução defendida para a melhoria da capacidade hospitalar da zona Oeste-Norte, segundo um estudo coordenado por Daniel Bessa, a pedido do Ministério da Saúde.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo concorda com a sugestão do estudo mas o presidente da ARSLVT, António Branco, disse hoje à Lusa que «não é um assunto fechado», podendo vir a ser construído no concelho de Alcobaça ou no de Caldas da Rainha.


«O Oeste-Norte necessita de uma unidade hospitalar criada de raiz para servir as populações dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Óbidos, Caldas da Rainha, Bombarral e, eventualmente, Peniche», propõe o relatório final elaborado pela Escola de Gestão do Porto para a Estrutura de Missão Parcerias.Saúde.

A construção do novo hospital Oeste-Norte também foi apontada segunda-feira pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, durante o programa de televisão Prós e Contras da RTP 1.

O ministro disse que a curto prazo, se não houver oposição das Câmaras Municipais, será primeiro constituído um novo Centro Hospitalar que integre Alcobaça, Peniche e Caldas da Rainha, sendo que «o objectivo é construir um hospital novo».

Contactado hoje pela Lusa, o presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, António Branco afirmou esperar que «em Março entre em funcionamento a administração do novo centro hospitalar» que integre as unidades de saúde hospitalares dos três concelhos.

O estudo da Escola de Gestão do Porto, a que a agência Lusa teve hoje acesso, recomenda que o novo hospital se localize no terreno identificado pela Câmara de Alcobaça, no lugar de Alfeizerão (a Norte das Caldas da Rainha).

O local situa-se a 15 quilómetros a Norte das Caldas da Rainha e a 12 minutos de distância desta cidade por auto-estrada.

A localização é considerada «excelente, a poucas centenas de metros do nó da A8 e a cerca de 3,5 quilómetros de um centro populacional de alguma dimensão e importância turística: a freguesia de S. Martinho do Porto».

O estudo sugere que se construa um hospital médico-cirúrgico com capacidade para 200 camas.

A opção escolhida no trabalho entregue ao Ministério da Saúde foi a de propor para toda a região Oeste duas unidades hospitalares de dimensão mais reduzida: um hospital Oeste-Sul e um hospital Oeste-Norte.

Embora sejam recomendadas melhorias, o hospital de Torres Vedras reúne, para a equipa que elaborou o estudo, as condições para ser o hospital Oeste-Sul constituindo-se como uma solução para os concelhos de Torres Vedras, Lourinhã, Cadaval e Mafra.

Relativamente à zona Norte, as conclusões do estudo dizem que não será possível contar com o hospital de Alcobaça, por falta de condições, tendo a população que se dirigir a Caldas da Rainha ou a Leiria.

O trabalho defende ainda que o Centro Hospitalar das Caldas da Rainha também não tem condições para se constituir como uma solução sem que sejam realizados investimentos consideráveis.

A construção de raiz da nova unidade permitirá, segundo o documento, libertar as actuais instalações do hospital de Alcobaça, que deverão ser devolvidas à Misericórdia local, e do hospital das Caldas da Rainha que reverterão para o património do Estado.

Para os responsáveis do estudo coordenado pelo ex-ministro socialista, com a construção do novo hospital «parece impossível manter o hospital São Gonçalves Telmo em Peniche (...) por razões de falta de escala».

Por outro lado, enquanto o novo hospital não estiver construído, a curto prazo «o mais provável é dar-se o encerramento do hospital de Alcobaça e a consequente sobrecarga para o hospital das Caldas da Rainha».

Nestas circunstâncias, o hospital de Peniche ganha «uma importância acrescida».

«O hospital de Peniche poderá constituir-se como uma retaguarda do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha», defende o documento.

Na região Oeste, as unidades de saúde hospitalares existentes situam-se nos concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras.

A população abrangida é de 398 mil habitantes que residem nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Mafra, Nazaré, Óbidos, Peniche, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.

In Diário Digital / Lusa

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