quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Sextas do Documentário

Em colaboração com o DocLisboa - Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa

Mais uma vez no Grande Auditório do Cine-Teatro de Alcobaça, o Doclisboa e a Câmara Municipal de Alcobaça prosseguem a dar a conhecer algumas das obras presentes na última edição do Festival Internacional de Cinema Documental em 2006.
Tem sido assim, uma vez por mês e sempre à sexta-feira, a oportunidade única de observar durante os últimos meses alguns dos filmes portugueses mais importantes presentes na última edição.
Um mês antes da próxima extensão DocLisboa no Cine-Teatro de Alcobaça, a realizar entre os dias 23 e 26 de Novembro, as "Sextas do Documentário" voltam em Outubro com mais um filme e mais documentário.
Prova disso, no próximo dia 12 de Outubro, teremos "À Espera da Europa" uma obra de Christine Reeh que retrata o percurso da jovem Vânia, uma imigrante búlgara com passagem por Portugal e Espanha, em busca de melhores condições de vida e de uma nova esperança para o seu futuro.
A sessão contará com a presença da realizadora Christine Reeh para posterior debate.
Relembramos ainda que o DocLisboa é o único festival de cinema em Portugal dedicado ao documentário e que em 2007 trará novamente a Lisboa, em primeira-mão, o melhor da produção nacional e internacional de documentário: onze dias de projecções em regime intensivo, ainda com mais filmes, mais secções e mais actividades complementares do que nas anteriores edições.
Em Outubro, o DocLisboa será então outra vez um ponto de encontro privilegiado do público com realizadores e outros profissionais nacionais e estrangeiros do documentário (produtores, distribuidores, programadores, críticos...) e um fórum aberto de reflexão e discussão sobre o estado do mundo e a situação do cinema documental contemporâneo.

TEXTO DE APRESENTAÇÃO
Tem sido assim: uma vez por mês e sempre numa sexta-feira perto de si. As "Sextas do Documentário", em colaboração com o Doclisboa - Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa, prosseguem a sua rubrica mensal dedicada ao melhor do documentário nacional, tornando a reafirmar o género documental como uma das mais estimulantes formas de expressão no cinema. O espírito mantém-se: observar as diferentes realidades do mundo e abrir caminho ao debate e à discussão das imagens, instituindo com regularidade uma maior exposição do género que nos últimos anos (e talvez desde sempre) mais nos tem dito sobre quem somos e o que nos rodeia. Sem ficções nem fantasias, e numa sexta a meio de cada mês, o documentário marca presença no Grande Auditório do Cine-Teatro de Alcobaça.

PROGRAMAÇÃO
12 OUTUBRO I SEXTA I 21 H 30
À Espera da Europa
de Christine Reeh I 58' Portugal 2006
A jovem Vânia que protagoniza "À Espera da Europa" veio da Bulgária para viver em Portugal à procura da sua independência e de realizar o sonho de uma vida melhor. Passa por medos e esperanças, enquanto tenta encontrar respostas para as grandes decisões da vida. Quando começa a viver em Espanha apercebe-se de repente do seu isolamento e que se encontra num ciclo típico de dependência. Este filme é sobre a emigração de uma perspectiva feminina. É sobre crescer e adiar a vida... enquanto se espera que um dia as utopias da Europa se realizem.
Sessão seguida de debate com a presença da realizadora Christine Reeh.



IMPRENSA
Diário de Notícias
22.08.07

Filme português premiado nos EUA
EURICO DE BARROS
O documentário Waiting for Europe, de Christine Reeh, realizadora alemã radicada em Portugal há 10 anos, ganhou o prémio de Melhor Documentário no Festival Internacional de Cinema Independente e Vídeo de Nova Iorque. O filme já tinha sido premiado na edição de Los Angeles deste festival, em Março, com um júri diferente.
Waiting for Europe já foi visto no DocLisboa 2006 e centra-se em Vânia, uma jovem búlgara imigrante ilegal em Espanha e Portugal, quando a Bulgária ainda não tinha entrado para a União Europeia.
Falando ao DN, Christine Reeh referiu que a escolha do tema teve muito a ver com o facto dela própria ser também uma estrangeira em Portugal, mas numa situação "completamente diferente" da de Vânia.
"Estava muito sensível ao tema", conta. "Descobri a Vânia quando ela estava a trabalhar numa tasca na minha rua. Ela tinha a mesma idade que eu quando vim da Alemanha para Portugal, mas entre mim e ela, a imigrante ilegal, havia uma diferença abismal. O filme é muito uma reflexão sobre esta nova imigração, um fenómeno muito recente em Portugal".
A realizadora estava também interessada "no trabalho intimista com a personagem. Por isso, Waiting for Europe é também sobre sonhos. A Vânia é uma imigrante ilegal e uma jovem mulher que tem que tomar decisões sobre a sua vida, como qualquer outra mulher".
Christine Reeh acha que os dois prémios ganhos pelo documentário este ano nos EUA têm muito a ver com a "grande sensibilidade" que os americanos dedicam a estes temas, por serem historicamente um país de imigração constante e em quantidade. "A história da Vânia acaba por ser muito universal. Mas enquanto que em Portugal ela é vista como uma 'outra', uma estrangeira, nos EUA ela é como toda a gente, devido ao peso que o fenómeno imigrante sempre teve ali.
Inclusivamente, quando apresentei lá o filme, as pessoas perguntavam-me se eu ia ficar nos EUA a viver e a trabalhar", conta.
Waiting for Europe ainda não se estreou comercialmente em Portugal, mas tem vindo a ser exibido em cidades, escolas e cineclubes de todo o País, em sessões seguidas de debate, tendo até agora feito 2653 espectadores neste circuito, segundo números da produtora, a C.R.I.M.
Para Christine Reeh, o filme "funciona melhor nestes termos, sobretudo fora de Lisboa, onde não costumam passar documentários. A exibição no cinema de um documentário em Portugal significa estrear numa sala do Paulo Branco em Lisboa".
A realizadora trabalha agora num novo documentário, intitulado Mãe Fátima. "Está ainda a ser escrito. É um filme de reflexão sobre a crença e sobre crenças", explica.


A REALIZADORA CHRISTINE REEH


Fonte: Gabinete de Informação e Relações Públicas da C.M.A.
girp@cm-alcobaca.pt 262 580 843/61

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