Câmara das Caldas envia proposta ao Ministro da Saúde
A Câmara Municipal das Caldas da Rainha enviou ao Ministro da Saúde, Correia de Campos, uma proposta de localização do futuro hospital para a zona Oeste, nos terrenos da zona dos Texugos, depois da chamada de atenção do vereador socialista, António Galamba, que viu ser aprovado o Estudo de Redimensionamento da Rede Hospitalar Estremadura-Oeste, mas constatou que "nada foi enviado para o Ministério da Saúde a corrigir a situação do terreno" em Alfeizerão, proposto pela Câmara de Alcobaça.
Levantado o problema, depois de rever os cenários evolutivos relativamente à localização do eventual hospital Oeste/Norte e do estudo de Daniel Bessa, que dá como opção Alfeizerão, a Câmara das Caldas disponibilizou ao ministro da Saúde os terrenos da zona dos Texugos, garantindo ser "proprietária plena de todos os terrenos, podendo até ser adquiridos novos terrenos contíguos, se for necessário".
A edilidade caldense considera que a opção por Alfeizerão "não se encontra devidamente fundamentada", entendendo que quer a opção "Texugos", quer outras na periferia da cidade das Caldas, são mais vantajosas.
A argumentação caldense baseia-se nos cenários evolutivos traçados pelo estudo que "omitem o impacto demográfico dos investimentos turísticos previstos para a Região Oeste, em especial, os do território designado de Oeste/Norte (Bombarral, Pe-niche, Óbidos, Caldas da Rainha, Rio Maior, Alcobaça e Nazaré)", especificando mesmo que "na Quinta do Bom Sucesso estão previstas 3.362 camas, na Pérola da Lagoa, 456 camas, na Quintas de Óbidos, 950 camas, no Royal Golf & SPA, 2.500 camas no Rainha Golf & SPA 4.642 camas e no empreendimento Falésia D’El Rey estão previstas 3.081 camas, num total de 14.991 camas".
A Câmara das Caldas relembra ainda que o Plano Estratégico Nacional do Turismo, aprovado pelo Governo, considerou a Região Oeste como um dos cinco territórios prioritários, com particulares potencialidades para "Golf Resorts" com hotéis de 4 e 5 estrelas e turismo residencial.
Por este motivo alega que "ninguém compreenderá, podendo ser lesivo da imagem e da estratégia de desenvolvimento, que a Região não disponha de equipamentos de saúde para co-rresponder às necessidades dos residentes e dos turistas".
Como fundamento apresenta que Caldas é o município com "maior crescimento da população residente" em detrimento de Alcobaça.
"Entre 1981 e 2001 a população cresceu 19,08%, sem paralelo no concelho de Alcobaça", aponta a autarquia.
O executivo caldense apresenta ainda como fundamento os 58.075 inscritos no Centro de Saúde, os 5% de episódios de urgência nas Caldas de utentes vindos do concelho de Alcobaça e o atendimento de 6% de consultas externas de utentes residentes em Alcobaça.
Segundo a autarquia, a opção "Quinta dos Texugos" é, relativamente à opção de Alfeizerão, "mais central".
A defesa da solução de construção do novo hospital Oeste/Norte em Alfeizerão parece, segundo a Câmara das Caldas, "surgir como uma espécie de compensação pelo encerramento do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira, em Alcobaça". Só que, para a autarquia caldense, "a desactivação do Hospital de Caldas da Rainha produz um impacto negativo muito mais significativo na cidade das Caldas do que o encerramento do Hospital Bernardino Lopes de Oliveira em Alcobaça, desde logo porque estamos a falar de um universo de 774 colaboradores nas Caldas contra 225 em Alcobaça".
O facto de se situar numa zona de auto-estrada livre de portagens "torna esta questão relevante, porque a localização em Alfeize-rão obriga todos os utentes dos seis concelhos a pagar portagens, o que não acontece com a opção dos "Texugos"".
A Câmara Municipal das Caldas da Rainha, apresenta ainda como alternativa um outro terreno "junto do nó da auto-estrada A8, na saída para a Foz do Arelho e para o centro da cidade das Caldas (junto à "Fábrica do Sabão"), ainda mais central que o dos "Texugos"".
In Jornal Regional
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